Com frequência, sou mal compreendido por seguidores (e clientes) sobre meu posicionamento em relação à castração de animais de companhia.
Estou longe de ser contrário à intervenção, desde que exista a indicação e que sejam considerados os pontos positivos e negativos. Essa discussão, seja nos consultórios ou nas universidades, deveria ser a regra, e não um tabu.
De forma geral, vejo mais situações favoráveis à castração de fêmeas do que de machos, inclusive no controle populacional. Cito algumas delas acima, mas é possível que você, tutor ou veterinário, encontre outras.
Lembre-se: é um procedimento irreversível. E a veterinária anda vagarosamente para entender e aplicar a terapia de reposição hormonal em animais. Ou seja, saiba o que está fazendo.
CONTEXTO DOMICILIAR
Cadelas mantidas com livre acesso à rua, ou que convivem com machos não castrados sem possibilidade de separação, deveriam ser castradas (ovariohisterectomia).
Mesmo que eu considere cada vez mais a histerectomia poupadora de ovários, ela não é viável quando não há vigilância da cadela. Apesar de evitar a gestação, ela não impede o cio e o coito, levando a estresse, brigas, danos físicos e transmissão de doenças.
PSEUDOCIESE
Também chamada de “gravidez psicológica”. Embora seja um quadro geralmente transitório e pouco grave, algumas cadelas têm quadros intensos e repetitivos. Envolve fatores comportamentais e endócrinos.
Quando não há boa resposta com os tratamentos descritos (alopáticos ou homeopáticos), a castração pode ser considerada.
Em quadros que não se resolvem espontaneamente com três a quatro semanas, vale descartar a possiblidade de cisto ovariano persistente com uma ultrassonografia.
TUMORES DE MAMA
Nem todo tipo de tumor de mama pode ser prevenido pela castração precoce. É a própria correlação dessa prática com a redução da ocorrência desse tipo de tumor, em geral, não é tão robusta como as pessoas pensam.
Tumores de mama devem ser submetidos à análise imunohistoquímica após retirados. Quando há expressão de receptores para progesterona e/ou estrógeno na célula tumoral, a castração traz benefícios no prognóstico da paciente.
OUTRAS DOENÇAS DO APARELHO REPRODUTOR
A castração é o principal tratamento de eleição da piometra e dos tumores uterinos, cervicais e ovarianos. Na maioria das vezes, há envolvimento não só anatômico, mas componente hormonal importante nesses problemas.
Hiperplasia e prolapso do assoalho vaginal, durante o cio, apesar de transitórios, podem ser repetitivos e extremamente incômodos para a cadela. A castração previne a recorrência do problema.
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