FAÇA O DEVER DE CASA
O primeiro passo é sempre estudar cuidadosamente a raça que avalia como interessante. Não apenas seu visual e tamanho, mas principalmente seu comportamento e cuidados que ela vai te demandar. Incompatibilidade de estilo de vida entre cão e tutor é o principal motivo para o abandono.
Definida a raça e sexo, inicie a jornada atrás do melhor criador possível. Contate o Kennel Clube da sua região, visite exposições, leia fóruns na internet, peça indicações para veterinários e tutores experientes. Tenha paciência: os melhores criadores invariavelmente têm poucas ninhadas e lista de espera para novos compradores.
QUALIDADE X QUANTIDADE
O motivo para reproduzir cães nunca deve ser ganhar dinheiro, mas contribuir com a melhoria de uma raça, oferecendo animais de qualidade para as pessoas que se interessam por ela. É um hobby que demanda estudo, tempo e alto custo financeiro. Você não paga pela “vida” do filhote, mas pela dedicação do criador à raça.
Bons criadores dificilmente criam mais do que uma ou duas raças, e têm poucos cães. Muitos fazem co-propriedade com tutores, para ter acesso a um maior pool genético. Mesmo que contem com a estrutura física de um canil, os animais têm acesso à casa e são tratados como membros da família. Devem ser o exemplo de bons tutores e não poupar recursos e carinho com os animais, que eventualmente ficam doentes e velhos.
ENGAJAMENTO NA COMUNIDADE CINÓFILA
O progressão natural é uma pessoa se envolver com a cinofilia, frequentando exposições e provas de função, por exemplo, antes de se decidir por criar cães. E muitas vezes, os criadores mais experientes viram árbitros, handlers e mentores para os novatos, permanecendo engajados na comunidade cinófila.
Todo canil sério é devidamente cadastrado na CBKC. O registro do filhote (pedigree) não é garantia de qualidade, ou mesmo de procedência, mas o mínimo de controle que um criador criterioso oferece. Até porque o custo das anuidades e emissão dos documentos é relativamente baixo perto do valor do filhote.
PRÊMIOS E CERTIFICAÇÕES DE SAÚDE
Idealmente, cães utilizados para reprodução devem ser avaliados sob critérios padronizados quanto à sua constituição física (exposições de estrutura) e comportamento/utilidade, no caso de cães de trabalho (provas funcionais). São importantes para manter ou melhorar as características que tornam uma raça desejável.
Além disso, rigor absoluto deve ser seguido para produzir cães mais saudáveis e longevos. Cada raça tem um grupo de doenças hereditárias mais comuns, que muitas vezes podem ser triadas com exames genéticos e de imagem (radiografias). Comprometer-se com a melhoria da criação é investir nesse tipo de cuidado.
FORMAÇÃO DE UM VÍNCULO
Costumo dizer que são os bons criadores que te escolhem como tutor, e não o contrário. Um questionário detalhado, entrevista ou visita física são as principais formas de contato. Inclusive, permitem ao criador direcionar o melhor filhote para o perfil de cada pessoa, ou mesmo negar a venda, caso observe alguma incompatibilidade.
Um contrato é essencial para definir as responsabilidades de cada um. Nele devem constar perfil e finalidade do animal (reprodução, competições esportivas, “pet”, trabalho, etc), garantias e o destino dele em situações de negligência ou abuso. Pode ter certeza, o bom criador vai querer acompanhar a vida do filhote depois que sair do canil.
SINAIS PARA PULAR FORA
Filhotes à venda em petshops, feiras e sites genéricos na internet.
Negar a visita ao canil ou a apresentação dos reprodutores ao tutor.
Instalações sujas, animais confinados ou em más condições de saúde.
Levar o filhote na casa do tutor (não caia nessa, todo filhote é fofinho!)
Múltiplos cães, das mais variadas raças (puppy mills ou fazenda de filhotes)
Ninhadas nascidas em residências, produzidas por amadores “apaixonados” pelos seus cães.
Contratos confusos ou com exigências que colocam em risco a saúde do animal, como a castração pré-púbere.
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