Sempre falo que viver melhor é mais importante que viver mais... o foco deve ser a longevidade da saúde, e não o “manejo” de problemas, que aparecem cada vez mais cedo nos animais.
O mais interessante é que o grande limitante para a saúde não é o material genético em si, mas a forma como ele se relaciona com o meio. E temos um enorme potencial de interferência nesse último.
É inegável que um cachorro é a soma dos investimentos que fizemos desde a sua fecundação, ainda no útero da cadela. Mas uma atenção “extra”, no terço final da vida deles, pode ser a diferença entre um final de vida tranquilo e um repleto de sofrimento.
Vamos cuidar melhor dos nossos velhinhos?
OFEREÇA A MELHOR DIETA
Não existe ração “sênior” na natureza. Cães, jovens e idosos, deveriam comer basicamente a mesma comida: carnes, ossos e vísceras cruas. Esse é o tipo de alimento que suporta a boa saúde deles, em qualquer idade.
Se aparecerem alterações fisiológicas importantes, como insuficiência renal crônica, podem ser necessárias modificações na sua composição. Mas não se enganem: mesmo nessas situações a dieta não deveria ser muito diferente daquela de um indivíduo mais jovem e saudável. Velhice ou doença não transformam os cães em onívoros!
SAÚDE ORAL
A oferta regular de ossos (recreativos ou de consumo completo) e outros mastigáveis é associada a uma boa saúde oral e redução da ocorrência de doença periodontal. No entanto, praticamente todo paciente senil precisa de cuidados odontológicos regulares, a depender também de outros fatores, como pH oral e rugosidade do esmalte.
Com perdas, fraturas e desgastes dentários, muitas vezes são necessárias mudanças no formato ou textura da dieta (como picar ou moer os ossos). Nesse caso, vale apostar na escovação diária dos dentes.
EXAMES PERIÓDICOS
Animais idosos devem ter a frequência de avaliações clínicas e exames de triagem ajustada. Não existe regra, mas colher um hemograma, bioquímica sérica básica e urina (EAS), a cada 6 a 12 meses, é uma boa idéia. Triagem renal precoce (SDMA e RPCU) e exames de imagem (ultrassonografias, radiografias e exames cardiológicos) podem ser realizados, de acordo com o histórico de saúde individual do paciente.
Cuidado com exames excessivos! Toda análise laboratorial ou de imagem é sujeita a falhas, e pode levar a intervenções desnecessárias ou mesmo danosas à saúde do seu animal.
MOVIMENTO
Ao envelhecerem, é natural que os cães reduzam seu nível de atividade. O interesse em movimentar-se espontaneamente ou nos passeios tende a ser menor e deve ser respeitado. Mas a manutenção da mobilidade e da massa muscular é diretamente proporcional à qualidade e expectativa de vida do paciente senil.
Mesmo quando existem limitações físicas, como a osteoartrose, formatar uma rotina de exercícios ao perfil do animal é prioridade. Ao invés de longos passeios no final de semana, pense em caminhadas diárias, mais curtas e em ambiente calmo. O acompanhamento de um profissional de reabilitação veterinária pode ser muito útil.
DISFUNÇÃO COGNITIVA SENIL
O diagnóstico de alterações cognitivas associadas à degeneração neurológica é cada vez mais frequente no consultório. Doença silenciosa, os sinais, muitas vezes, são confundidos com o próprio processo de envelhecimento: mudanças na rotina e no padrão de sono, irritabilidade, desorientação, ansiedade, inatividade, movimentação estereotipada e redução da interação com o tutor.
Para prevenir ou mesmo frear o avanço do problema, além de medicamentos prescritos pelo veterinário, é essencial manter o estímulo mental do paciente (enriquecimento ambiental, passeios e brincadeiras). Oferecer uma dieta bioapropriada, otimizada em componentes que tenham atividade neuroprotetora (como TCM, ômega 3 e outros nutracêuticos), deve ser considerada como pilar do tratamento.
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