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  • Foto do escritorDr. Artur Vasconcelos

DOENÇA RENAL CRÔNICAUM GRANDE DESAFIO




UM ÓRGÃO, VÁRIAS FUNÇÕES VITAIS


Uma triste realidade, a doença renal crônica (DRC) tem diagnóstico muito frequente no consultório. É caracterizada pela perda de uma ou mais das funções dos rins:


  • concentrar a urina

  • eliminar metábolitos nitrogenados do sangue

  • produzir a epoietina (hormônio essencial para a produção de hemácias)


Investir em nefroproteção é essencial, porque o rim não regenera e temos poucos recursos acessíveis na medicina veterinária para manejo do paciente insuficiente. Transplantes e hemodiálise ainda não são a realidade para a maioria.



DIAGNÓSTICO


Como doença silenciosa, a maior parte do tecido renal já foi perdido quando se alteram os valores de uréia e creatinina séricos e aparecem os primeiros sinais clínicos (perda de peso e aumento da ingestão hídrica e da micção)


A triagem precoce da DRC tem evoluído. Dosagem sérica de SDMA e exames que dosam proteinúria e GGT na urina podem ser úteis, especialmente se associados a exames de imagem (ultrassonografias). O estadiamento do paciente leva em consideração alterações laboratoriais e histórico clínico.



PRINCIPAIS CAUSAS


Na grande maioria das vezes é impossível identificar um único causador da DRC. A função renal do paciente é reflexo de uma vida de agressões, que incluem:


  • degeneração congênita

  • autoimunidade

  • infecções crônicas e agudas

  • doenças cardíacas e vasculares

  • intoxicações

  • dano medicamentoso

  • hipotensão anestésica


UMA NOVA HIPÓTESE


Repitam comigo: proteína não causa doença doença renal! Isso já foi demonstrado em diversas espécies. Ao contrário, a relação da dieta com a doença pode ser bem diferente.


Sugere-se que uma dieta rica em carboidratos é danosa para os rins. Simplificando algo bem mais complexo, ela eleva cronicamente os valores de insulina, que alteram a fisiologia normal do glomérulo renal. Considere que, em humanos, as principais causas de DRC são o diabetes mellitus, a obesidade e a hipertensão.


O que dizer da combinação entre cães e gatos gordinhos e a ração industrializada, riquíssima em amido?

PRIORIDADES


Antes de pensar em uma dieta especial, o veterinário e o tutor devem alcançar doisobjetivos primários:


  • oferecer uma dieta úmida, hidratante

  • alcançar o consumo calórico adequado


Há um constante desafio de desidratação, inapetência e catabolismo muscular. De nada adianta uma dieta “perfeita”, se o paciente não a aceita bem e fica malnutrido! Não vejo o menor sentido na oferta do alimento industrializado seco, mesmo da linha terapêutica, para um doente renal.


AJUSTE DA DIETA


A dieta caseira, além de úmida e mais palatável, permite um ajuste progressivo às necessidades do paciente, de acordo com seu estadiamento. Nem todo paciente precisa das mesmas restrições. De forma geral, a dieta para o nefropata deve ser limitada em fósforo e sódio.


A restrição protéica só é bem-vinda em pacientes que sofrem de azotemia importante ou uremia. Na maioria das vezes, isso deixa a dieta menos palatável e nutritiva. Nessas situações, usar mais gordura pode ser a melhor saída.


SUPLEMENTOS


Atenção especial deve ser dada para a suplementação de potássio e vitamina D. O uso de nutracêuticos, como coenzima Q10, ômega 3, CBD e extrato de própolis pode ser interessante, mas as evidências são limitadas.


Alguns quelantes de fósforo de origem natural, como chitosamina, podem ser menos tóxicos que o habitual hidróxido de alumínio.


Recentemente, apareceram no mercado, produtos veterinários com alto custo e formulações, no mínimo, duvidosas. Não caia no golpe dos suplementos milagrosos!


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