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  • Foto do escritorDr. Artur Vasconcelos

JEJUM - E frequência de refeições

Atualizado: 26 de nov. de 2020





PERFEITAMENTE NATURAL

Como a maioria dos carnívoros predadores, cães se adaptaram a uma oferta muito irregular de alimento. Na natureza, lobos raramente caçam diariamente. Com isso, são capazes de manter o funcionamento normal do corpo mesmo na ausência de comida por vários dias.

Quando os levamos para dentro de casa, em um processo de humanização, acabamos por impor um número de refeições que não seria o mais adequado à espécie. A oferta muito frequente de alimento pode ter consequências danosas, a médio e longo prazo.

JEJUM x FREQUÊNCIA ALIMENTAR NORMAL

A maioria dos cães adultos saudáveis se adapta perfeitamente a uma única refeição diária, geralmente à tarde ou noite. Essa seria a freqüência alimentar considerada normal para a espécie. O hábito de oferecer duas ou mais refeições diárias é uma dependência emocional nossa, e não deles.

Ao contrário de animais com hábitos forrageadores (como o homem e outros onívoros e herbívoros), cães precisam de mais tempo para colher os benefícios que associamos ao jejum. Estamos falando de períodos superiores a 36 ou 48 horas sem comida.

BENEFÍCIOS METABÓLICOS

A ausência prolongada de alimento resulta em baixos níveis de glicemia e insulina, e produção aumentada de corpos cetônicos. A reserva de gordura corporal torna-se a principal fonte energética.

Sob jejum, mecanismos de reparação tecidual são ativados, reduzindo marcadores relacionados à inflamação e ao envelhecimento celular. Isso justifica seu uso terapêutico para doenças como o câncer, obesidade e neuropatias (epilepsia e déficit cognitivo senil).

SAÚDE INTESTINAL

O trato gastrointestinal dos cães é perfeitamente adaptado à oferta infrequente, mas volumosa, de alimento. Seu estômago é extremamente elástico, e o intestino, curto, com baixa capacidade fermentadora.

Naturalmente, cães que apresentam vômito ou diarréia tendem a recusar alimento. Esse “descanso” é instintivo, e deve ser respeitado. O alimento ingerido não é fonte de nutrição apenas para o animal, mas para o seu microbioma intestinal. Em situação de desequilíbrio (infecções, inflamações diversas e disbiose), o jejum é uma ferramenta poderosa para modulação dessa população de bactérias, fungos e protozoários.

NA PRÁTICA

A maioria dos cães saudáveis adultos pode ser jejuada por um período de 48 horas semanal ou quinzenalmente, sem maiores riscos. O uso de uma alimentação bioapropriada, preferencialmente crua e com ossos, torna esse processo melhor aceito dentro do contexto domiciliar, por promover maior saciedade.

No dia escolhido para o jejum, a oferta de um osso recreativo (com mínima cobertura de carne) pode distrair um animal acostumado a receber alimento diariamente. Sair para uma boa caminhada no horário destinado para a refeição é outra estratégia útil.

CUIDADOS

Antes de promover qualquer mudança na dieta do seu cão, seja em frequêcia, quantidade ou tipo de alimento, estude o que está fazendo, assuma a responsabilidade e discuta com o veterinário que o acompanha se isso é adequado.

Filhotes, cães doentes e fêmeas gestantes (ou em lactação) não deveriam ser jejuados sem acompanhamento profissional. E água, sempre deve ser oferecida à vontade.



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