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  • Foto do escritorDr. Artur Vasconcelos

PRIMEIROS SOCORROS E manejo de riscos

Atualizado: 14 de dez. de 2020





SEJA PRECAVIDO, NÃO OBSESSIVO


Todo mundo já escutou a frase: “viver é arriscado”. Nossa necessidade crescente de controle das adversidades tem uma consequência direta sobre a qualidade de vida dos nossos cães. Não é incomum receber pacientes que vivem por anos trancafiados em apartamentos ou quintais, porque o tutor evita os potenciais problemas que estariam do lado de fora.


Esse medo, por outro lado, expõe o animal a outros riscos. Problemas comportamentais, disbiose, obesidade. Uma existência miserável. O quadro sempre se repete.


O privilégio de termos cães em casa sempre é associado à possibilidade de perdê-los, em algum momento. Deveríamos é evitar riscos idiotas e montar planos de ação em caso de acidentes, ao mesmo tempo que oferecemos uma vida de aventuras aos nossos amigos.


ESCOLHA ONDE E QUANDO SE AVENTURAR


O tutor conhece o comportamento do seu cão, ou pelo menos deveria. Evite localidades que ofereçam mais riscos de acordo com a sua capacidade de controle. Animais sem treinamento, ou pouco confiáveis, devem sempre ser conduzidos na guia. Invista em treinamento e comunicação eficiente com seu animal.


Outro detalhe importante é certificar da existência de acesso e resgate rápidos, em caso de acidentes. Em viagens e passeios na natureza, procure saber onde estão as clínicas de urgência mais próximas. E avise amigos e parentes, caso precise de ajude.


MANTENHA A CALMA


A linha entre a proatividade e irresponsabilidade é tênue. As consequências de primeiros socorros incorretos podem ser maiores que o motivo primário do problema. Não administre medicações sem orientações. Tente manter a calma e tranquilize seu animal. A vida dele depende das suas ações.


Durante uma crise não é o melhor momento para aprender sobre primeiros socorros. É importante se familiarizar com pequenos procedimentos urgenciais, no consultório ou com literatura indicada pelo veterinário.


MONTANDO UM KIT DE PRIMEIROS SOCORROS


Invista em um conjunto básico de equipamentos para uso emergencial. Faça a customização desse kit junto com seu veterinário, que indicará as drogas e dosagens de acordo com o porte e histórico do seu cão. Minha sugestão para quem vai para o mato com o cachorro (ou mesmo para ter em casa ou no carro):


- Telefone celular com carga e lanterna

- Atadura elástica aderente, gaze e esparadrapo

- Pinça hemostática e tesoura

- Solução salina

- Luva para procedimentos

- Analgésico/antitérmico

- Antialérgico

- Carvão ativado

- Água oxigenada

- Antiparasitário externo com ação imediata

- Cordão ou mordaça para contenção oral do cão

- Seringa de 10ml com agulha

- Termômetro digital

- Toalha

- Lenços umedecidos

- Vasilhame colapsável


ANIMAIS PEÇONHENTOS


Na região de Cerrado, o medo número um de quem vai fazer uma trilha com o cachorro são as serpentes. Acidentes ofídicos são incomuns, mas sempre possíveis, especialmente nas estações quentes e úmidas. Animais tendem a se respeitar. No entanto, observe sempre onde você pisa, e ensine ou impeça a aproximação do cão a qualquer animal encontrado na natureza.


Em caso de acidente, é importante agir rapidamente. Não faça torniquetes ou aplique nada no animal. Procure uma clínica veterinária o quando antes (geralmente você tem algumas horas) e tente bater uma foto da serpente, se for seguro, para nortear o tratamento. Algumas serpentes não são venenosas e não demandam a aplicação de soro antiofídico.


REAÇÕES ALÉRGICAS


Por outro lado, picadas de insetos e aracnídeos, ou alergias à plantas, são bem mais comuns. Na maioria das vezes, causam dor ou desconforto, e são autolimitantes. No entanto, alguns cães podem ter reações anafiláticas agudas com alto risco de complicações.


Nesses momentos, proatividade é essencial. Reconhecidos os sinais (edema facial, urticária, dificuldade respiratória) a agilidade do atendimento veterinário ou mesmo aplicação de um antialérgico pode salvar seu cão. Converse com seu veterinário sobre a dosagem do medicamento mais seguro.


TRAUMAS


Os acidentes mais frequentes em passeios são quedas, cortes e traumas. Geralmente tem menor importância, mas fatalidades não são incomuns. Avalie sempre a segurança do ambiente antes de levar, ou pelo menos, soltar seu animal da guia.


Em caso de cortes e abrasões, apare os pêlos do local com uma tesoura, retire debris, lave bem o local afetado com solução salina e aplique um bandagem com gaze na lesão até conseguir atendimento veterinário.


HIPERTERMIA


Aproximadamente 25% dos meus pacientes são Bulldogues Franceses (e adoro a raça!). Mas infelizmente, o extremismo anatômico deles e de outros braquicefálicos os tornam muito susceptíveis a quadros de hipertermia.


Evite passeios em dias e horários mais quentes, assim como trilhas sem sombra ou água. Sempre leve uma garrafa com água e gelo, e uma toalha para ser molhada. Caso observe sinais como hiperventilação, salivação anormal e cansaço excessivo interrompa o passeio imediatamente. Procure atendimento veterinário e no caminho, tente abaixar a temperatura corporal do animal.


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