O QUE É A MICROBIOTA INTESTINAL?
É o conjunto de bactérias, arqueias, vírus, fungos, protozoários e outros microrganismos que habitam o intestino dos animais. Outros sinônimos são microbioma ou microflora. Cada cavidade e superfície corpórea também possui sua própria microbiota, como a pele, ouvidos e o nariz. E gêneros saprófitas para uma espécie ou indivíduo, podem ser patogênicos para outros.
O equilíbrio entre esses seres microscópicos é muito dinâmico e a forma como eles se relacionam com o hospedeiro determina a sua saúde. Em outras palavras: não são inimigos, mas essenciais à existência da vida. Estima-se que existam dez vezes mais células de microorganismos no corpo de um mamífero do que as próprias células que o constituem estruturalmente.
DISBIOSE
Se ocorre uma alteração numérica, na diversidade ou mesmo na proporção entre os componentes da microbiota temos um quadro de disbiose. Ele pode ser aguda e transitória, ou ganhar uma cronicidade, tornando-se um problema de solução complexa. Infelizmente não existem exames definitivos para diagnosticar a disbiose crônica. É uma inferência clínica, baseada em histórico e exames inespecíficos.
Esse desequilíbrio afeta a permeabilidade intestinal e também a forma como os microrganismos se comunicam com as células entéricas. Isso reverbera por todo o corpo. Alergias, endocrinopatias, obesidade, auto-imunidade, câncer e distúrbios comportamentais podem ser associados à disbiose.
OS VILÕES
Vários fatores interferem negativamente na microbiota:
- Nascimento por cesárea
- Ausência de colostragem e contato íntimo com a mãe
- Desmame precoce
- Uso irracional de antibióticos, parasiticidas, inibidores de secreção clorídrica e antiinflamatórios
- Contaminação da água e da comida por herbicidas
- Dieta processada, rica em açúcares e óleos refinados (rações?)
- Mudanças dietéticas repentinas
- Uso frequente de soluções antissépticas
- Estresse físico ou psicológico crônico
- Infecções
- Ingestão de corpos estranhos
PREBIÓTICOS
Prebióticos são substratos, geralmente carboidratos estruturais (fibras) e polifenóis, utilizados como “alimento” pelos microorganismos intestinais. Estão presentes naturalmente nos vegetais e em algumas preparações comerciais. Em carnívoros, sabe-se que alguns componentes animais, como peptídeos do colágeno, também tem função prebiótica.
Mais recentemente, estudos sobre os metabólitos da fermentação bacteriana (ácidos graxos de cadeia curta, por exemplo) e seu efeito sinalizador sobre as células intestinais abriram a discussão sobre a utilização terapêutica dessas substâncias já prontas.
PROBIÓTICOS
Probióticos são cepas de bactérias e leveduras, presentes em produtos comerciais ou alimentos que prometem efeitos positivos sobre a microbiota. Infelizmente há pouco controle sobre alimentos fermentados em casa, que podem se contaminar com bactérias patogênicas. E pouca ou nenhuma regulamentação e embasamento científico no uso de produtos veterinários para esse fim.
Em outras palavras, seu dinheiro pode sair diretamente nas fezes do seu cão, além dos riscos associados à prática. Naturalmente, uma dieta fresca e contato com a natureza já oferecem probióticos e prebióticos, de forma possivelmente mais segura do que a indústria farmacêutica nos leva a acreditar.
MUITO CUIDADO
Ainda se sabe muito pouco sobre a microbiota e qualquer interferência sobre ela deve ser muito bem avaliada. O uso de probióticos após um tratamento com antibióticos, prática muito comum, pode atrasar a recolonização do intestino por bactérias autóctones do indivíduo, por exemplo.
Outra terapia muito promissora, o transplante de microbiota intestinal (inoculação de fezes de um indivíduo saudável no paciente disbiótico) tem sido cada vez mais utilizada, mas também não é inócua. A triagem dos doadores deve ser muito criteriosa e os parâmetros ainda não estão bem estabelecidos.
ESTILO DE VIDA
O maior determinante da saúde intestinal de um indivíduo é a forma como ele vive. Nenhum tratamento é mais eficiente do que mudanças profundas no estilo de vida do paciente, incluindo exercícios ao ar livre, contato com terra e água de ambientes naturais, brincadeiras com outros animais e seus excretas, uma dieta fresca e relações afetivas saudáveis.
Em cães, estudos mostraram que uma microbiota mais diversa e melhores parâmetros de função digestória estão associados à ingestão majoritária de carne crua complementada por um pouco de material vegetal, o que simula sua dieta original. Mas isso não é novidade para nenhum entusiasta da alimentação bioapropriada, não é mesmo?
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